Pitty
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Por: Pat Zinger
Em entrevista exclusiva a repórter Pat Zinger , Pitty fala sobre “Anacrônico” , a conquista do sucesso e um pouco da intimidade de uma nova celebridade eleita recentemente como “Ídolo” e “Vocalista da banda dos sonhos”, na edição do VMB 2005. PZ -"Anacronico" é um disco pesado e menos comercial do que "Admirável chip novo", que emplacou seis faixas. Isso tem a ver com a saída do Peu ( guitarrista) ou trata-se de uma evolução no seu trabalho? Pitty - De forma alguma, esse é um caminho natural e que a gente teria seguido da mesma forma, até porque a idéia já era essa , mas a gente não sabia o suficiente para executar e ainda estamos aprendendo. Considero um passo em direção ao que a gente quer, mesmo. PZ - É verdade que “Anacrônico” foi feito na estrada ? Pitty - Algumas musicas já existiam, outras foram feitas ao longo desses dois anos e outras ainda foram feitas durante os ensaios e pré produção do disco. PZ - Você acha que o mercado está mais aberto para o rock/hardcore? Pitty - Sem dúvida ! Tenho visto aparecerem muitas bandas com esse tipo de sonoridade, e acho ótimo PZ – “Anacrônico”, a primeira música de trabalho já dá pistas que a Pitty está diferente. A música é autobiográfica? Pitty – Também , mas se aplica à vida de todo mundo, de forma geral , haja visto que estamos todos em constante processo de mutação. É algo que acontece não só comigo, mas com todos nós. PZ -Você sente falta do underground e do tempo que fazia um som no bar Calypso , em Salvador? Pitty - Não necessariamente, ali era bacana, divertido, mas não me proporcionava condições de ampliar espaço e público, coisa que aconteceu agora. Foi fundamental como alicerce, como formação. PZ - O sucesso fez você mudar em quais aspectos? Pitty - Quase nenhum, a mudança é maior na rotina do que na essência: falta de tempo, correria, essas coisas. PZ - Hoje você vive só de música. Já deu para realizar alguns sonhos, quais? Pitty - Pagar as contas é um ótimo sonho que foi realizado!!! - rsrsrss -Tocar pra muita gente, ter a oportunidade de conhecer outras bandas também. PZ - E qual é o seu maior sonho de consumo? Pitty - Não sou muito apegada a consumo, gosto de viajar e poder ter livros e discos, e só. PZ - Qual é o lugar que você gostaria de tocar e ainda não tocou ? Pitty - No Brasil já tocamos em todos basicamente, seria bacana poder tocar em algum festival lá fora, Europa, por exmplo. PZ – Você faz questão de cantar as suas canções. Já pensou em gravar outros artistas? Pitty - A questão é que eu sou essencialmente compositora, gosto de escrever e não consigo cantar algo que não seja completamente verdade pra mim. Por isso prefiro gravar as coisas que escrevo, mesmo. Mas se pintasse algo de outra pessoa que tivesse muito a ver comigo gravaria sem problemas. PZ - Qual é o artista/banda que você tem ouvido com freqüência? Pitty - Mars Volta, Queens of the stone age, Velvet, Black Sabbath... muitas coisas misturadas, de Billie Holliday a Ben Harper e Dead Kennedys. PZ -"Quem vai queimar" foi inspirada em fatos da inquisição. Você se considera uma ativista feminina ou apenas uma representante do rock de saias? Pitty - Nem um,nem outro. Sou só uma garota que pensa e reflete a respeito do papel da mulher na sociedade, e procura ter uma visao critica desses fatos. PZ - Você acha que ainda há machismo no rock? Pitty - Talvez algum, mas nada que me atrapalhe ou me impeça de fazer o que eu quero. PZ - Como é a rotina da Pitty Pitty - O meu dia - a - dia continua o mesmo. como qualquer outra pessoa que faz mercado, faxina ou acorda e põe um som, essas coisas. PZ - O que você ainda não conquistou. Qual é a sua maior cobiça? Pitty -Hoje em dia, mais tempo para o ócio criativo. |